22 de outubro de 2008

Micro-conto: Pai e Filho

-...e essa é toda a minha história com a sua mãe.

- Tá falando a verdade? Promete?

- Prometo.

- Então tá bom... Eu te ajudo a enterrá-la.


publicado também em Antropofocus™

11 de outubro de 2008

Eu já fui um daqueles cara que enchia a caixa de e-mails dos amigos de piadinhas, aquelas repassadas mil vezes por e-mails pelo mundo todo. Pois bem, minha querida amiga Estrela Ruiz fez a melhor e mais inesquecível crítica a este respeito, mandando este simpático sambinha que publico aqui neste blog.

E hoje...

...vai dar sol nesta cidade?

céu nublado
chove Curitiba
dentro das nossas roupas

céu cinza
chove Curitiba
não gosta de chuva?
Fuja!

Até a poesia mofa por aqui

10 de outubro de 2008

Conto - Meu nome é Aramis

Em todas as tradições antigas existe a lenda de que algo pode te amaldiçoar. Ou abençoar, dependendo da sua sorte. Ou os dois, já que muitos deuses são bem humorados quando se trata do destino dos outros. Lembra da Bela Adormecida? Claro, se ferrou dormindo um tempão, mas tinha três coisas maravilhosas que aconteceriam com ela sempre, graças as bençãos das fadas madrinhas.
Meus pais não me arranjaram fadas madrinhas, mas até pouco tempo atrás eu dormia bastante. Isso porque eu me chamo Aramis e, graças a esse nome, não consigo tomar um rumo na vida. É sério! Qualquer trabalho que eu tente não se encaixa com o nome de um dos famosos 3 mosqueteiros, do escritor Alexandre Duimas... Dummas... Dimasss... EU não sei francês! Esse nome poderia, pelo menos, ter me dado poderes especiais para aprender frânces, mas nem isso! Até porque só fui saber do escritor já na escola, pois meu pai escolheu do nome de um anúncio bonito que ele viu em alguma loja do centro.
O suplício comoçou cedo, na escola. Aramis é um nome horroroso porque nem é feio o suficiente para que as pessoas te sacaneiem com ele, nem bonito o suficiente para as meninas dizerem "que diferente, adorei, que sexy, uau, eu sempre quis um Aramis pra". Fora uma ou outra piadinha: ei, a fazendo do meu pai tá precisando de novos Aramis pra evitar que o gado fuja. A isso se seguia o meu complemento, dizendo que a mãe do cara era uma vaca difícil de ser domada. E, por último, vinha a minha surra.
A carreira estudantil foi curta, até o momento que um professor achou graça do meu nome etc, etc, não gostei, etc, etc, briga, etc, etc, apanhei, etc, etc, processo jurídico, etc, etc, perdi, etc, etc, fui expulso da faculdade. A busca de trabalho foi bastante infrutífera. Vendedor não dava. Mecânica eu não sabia. Matemática sou péssimo. Faxineiro eu só bagunçava os lugares. Nada dava. Foi aí que eu desisti mesmo. Patético, acordando, olhando o apartamento ficando cada vez menor devido a bagunça acumulada, fui me atormentando com a idéia de que o suicídio era o único caminho viável. Mas até nisso falhei miseravelmente! Nas três vezes, aliás.
Isso só passou quando conheci a minha esposa, salvadora, que não só apareceu com todo o carinho que um homem precisa, mas com um sobrenome que adotei prontamente, pulando por cima da tradição do esposo passar pra frente seu sobrenome. Ela ficou constrangida, achando muito simpático o meu gesto, mas questionava o resultado. Meu argumento supremo era que, perante o cadafalso negro da maldição dos nomes, o melhor era pular dentro dele e abraçar de vez essas ironias da vida, acabando assim com todo o efeito negativo disto.
Hoje sou um dono de mercearia razoavelmente bem sucedido, com um terceiro filho já na barriga da mãe pronto para ser batizado de Rafael, Pedro, José, Henrique, Antônio, no máximo dos máximos um Samuel . Precisando de ajuda, todo mundo no bairro sabe que é só me chamar, porque eu aguento a barra de todo mundo que precisa. Chega aqui precisando de ajuda, os vizinhos vão te falar que é só falar com o dono da venda, o Seu Aramis de Ferro.

9 de outubro de 2008

A realidade é a maior piada

Os comediantes se esforçam, de verdade. No seus sonhos mais profundos há aquele desejo de fazer com que todos ao seu redor riam das menores coisas, com o menor esforço, como se uma força natural saisse de dentro deles e contaminasse as pessoas de bom humor. Mas a verdade é que todo comediante tem fases (se duvidar, cheque os filmes do Robin Willians ou assista o Didi no domingo) e, não importa o que você faça, o quanto você seja genial, a realidade vai ser mais engraçada do que você possa sonhar em ser.

Duvida? Veja a foto que saiu hoje, no site da Uol.

mont

Se eu tive contado essa, todo mundo ia dizer o quanto eu sou exagerado! Uma piada típica de desenho animado aconteceu de verdade, para total inveja de Pernalonga, Pica Pau e Tom & Jerry. Agora, já pensou se a moda pega? O casal vai se divorciar e decide que as suas propriedades devem ser efetivamente cortadas e não só a casa. Tudo! Tevê, cama, sofá, volão, privada, etc... Na foto acima, tem uma vaquinha no canto esquerdo pensamento, com alívio "Ainda bem que não fui eu!"

Aquele abraço

também publico em http://www.antropofocus.com.br/coluna.php?cod_art=1310

8 de outubro de 2008

O mundo precisa de outro Blog?

A idéia de um blog não é a necessidade que os outros terão para ler. A esta altura, ainda no alvorecer da era internética, já temos material o suficiente para ler por esta e pela próxima vida. A necessidade do blog é do blogueiro, sua vontade de escrever, sua vontade de exercitar sua escrita.

Neste momento, quando o blog vai sendo parido, o que acontece não é uma necessidade específica de ser ouvido ou nada do gênero. É só um maldito vídeo que deu pau ao ser passado para o computador e que me compeliu a matar o tempo.

No lugar onde escrevo uma tevê está ligada em mais uma maratona de Friends e, confesso, mesmo já tendo decorado algumas falas, a familiaridade me deixa confortável ao reassistir. Quase que um impulso infantil que, em outro, iria te deixar irritado, não? Você tem contato com alguma criança, daquelas que assiste o mesmo vídeo todos os dias? Estranho é saber que o estranho está nos outros e nunca em você.

O que mais? O que mais? O que mais?

Ah, este é um blog de um diretor de um grupo de comédia, chamado Antropofocus™. Se por acaso você não nos conhece, visite o site www.antropofocus.com.br e saiba quem somos.

Chega por hoje. Chega por um tempo. Chega enquanto não chega o momento de mais uma postagem.