19 de fevereiro de 2009

Problemas que vem no pacote da profissão

Eu não sei se você, visitante, também é comediante por profissão. Basicamente, o que acontece com você é que todo mundo te olha e diz: me conta uma piada!

É mais ou menos como ser médico na praia. Uma dúzia de pessoas se conhece na areia, bate papo sobre as vicissitudes da vida, que variam entre Barack Obama até porque será que o BBB 9 não é tão emocionante quanto os primeiros, até que reparam que não se conhecem e se apresentarem uns aos outros. Quando um deles diz "eu sou médico", uma força estranha percorre as pessoas. "Eu sou médico" traz na sua combinação de pronome pessoal, verbo e substantivo um vírus chamado hipocondriacus syndromicus. O diálogo segue mais ou menos assim:

- Ah, o que é essa mancha aqui na minha mão?

- Tenho uma dor na coluna que não passa...

- Toda as vezes que eu tusso muito forte, a luz da sala acende.

...e por aí vai. Como comediantes, este fenômeno acontece, mas é mais light, bem mais light. Sempre tem esta coisa de contar uma piada (o que é um vexame para comediantes que não sabem direito como contar piadas, como eu!) ou de fazer um pedaço de uma peça de humor (o que quase sempre não dá pra fazer, por causa da necessidade de luz, som, ou dos outros cinco comediantes que estavam com você no momento da cena).

A última vez que aconteceu comigo foi no casamento dos amigos Deborah e Eder. Os nossos amigos queriam sacanear o noivo e fui o escolhido para fazer a entrega do presente - e, confesso, foi bem divertido.

Por isso, entendam: não é uma reclamação, gosto muito do meu trabalho, e prefiro mil vezes qualquer um me pedindo uma piada ou uma cena enqgraçada do que alguém bêbado, na praia, me mostrando as suas genitais e perguntando:

- Isso é contagioso ou eu posso entrar no mar?

Abraços!

PS - Segue o momento embaraçoso em vídeo para os amigos me verem na intimidade

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